Um órgão menosprezado pela maioria, que é sempre retirado quando apresenta um quadro inflamatório, seria de fato inútil? Entenda melhor sobre ele e conheça alguns mitos e verdades acerca do apêndice.
Uma breve história sobre o apêndice
Trata-se de um órgão de 10 cm, com formato cilindro, conectado à primeira parte do intestino grosso. Foi descoberto ainda no século XVI (em 1521), quando o médico italiano Jacopo Berengario publicou sobre o apêndice, descrevendo-o como uma pequena cavidade vazia.
Algumas teorias absurdas também foram apresentadas, como a do botânico suíço Caspar Bauhin. Ele disse, em 1579, que o apêndice servia para armazenar as fezes do feto, durante a gestação.
Leonardo da Vinci também apresentou falácias sobre essa parte do corpo, afirmando que ele serviria para reter o excesso de gás e evitar que os intestinos e o cólon explodissem (sic) durante crises de prisão de ventre.
Charles Darwin, o evolucionista, disse em 1871 que o apêndice era apenas um órgão remanescente da evolução que, com o passar dos anos e a mudança dos hábitos alimentares humanos, perdeu sua função.
Em tese, até hoje, muitos acreditam que o apêndice só serve para inflamar e colocar a vida em risco. Será que é isso mesmo?
A verdadeira utilidade
Recentemente a ciência tem descoberto que o apêndice está longe de ser um pedaço do corpo sem utilidade.
O apêndice tem fundamental papel para a flora intestinal, para o sistema imunológico e propicia benefícios até para o cérebro.
Ele atua como uma capa protetora para as bactérias benéficas que vivem em nosso intestino e ajudam na formação da flora e na obtenção de energia e nutrientes dos alimentos. Além disso, quando essas bactérias digerem fibra, produzem ácidos graxos que podem cruzar para a corrente sanguínea e proteger o cérebro.
O apêndice também tem uma alta concentração de tecido linfoide associado ao intestino. O que isso faz? Auxilia na estimulação do sistema imunológico, caso o organismo seja invadido por um patógeno indesejado.
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