A quimioterapia é um tratamento necessário em vários casos de cânceres. Mas será que ela pode trazer riscos ao coração? Entenda.
Tratamento quimioterápico
A quimioterapia é um dos principais tratamentos utilizados no combate ao câncer, empregando medicamentos potentes para destruir células cancerígenas. Esses medicamentos são administrados de diversas formas, como por via oral ou intravenosa, e têm a capacidade de atingir células malignas em todo o corpo, sendo particularmente eficazes em tratar cânceres que se disseminaram ou são de difícil acesso para a cirurgia. No entanto, a quimioterapia também pode afetar células saudáveis, resultando em uma variedade de efeitos colaterais, que podem variar de leves a graves, dependendo do tipo e da dosagem dos medicamentos utilizados, bem como da resposta individual do paciente.
Um dos possíveis efeitos colaterais mais preocupantes da quimioterapia é a cardiotoxicidade, que refere-se ao potencial dos medicamentos quimioterápicos de causar danos ao coração. Alguns agentes quimioterápicos, como as antraciclinas e certos inibidores de tirosina quinase, são conhecidos por sua capacidade de afetar negativamente a função cardíaca. Esses medicamentos podem levar a alterações no ritmo cardíaco, diminuição da função de bombeamento do coração (disfunção ventricular) e, em casos mais graves, insuficiência cardíaca. A cardiotoxicidade pode manifestar-se durante o tratamento ou até anos após a sua conclusão, exigindo monitoramento contínuo dos pacientes.
A identificação de fatores de risco é crucial para minimizar os efeitos cardíacos da quimioterapia. Pacientes com histórico de doenças cardíacas, hipertensão, idade avançada ou que recebem altas doses de agentes cardiotóxicos estão em maior risco de desenvolver problemas cardíacos. Por isso, antes de iniciar o tratamento, é importante que esses pacientes sejam submetidos a uma avaliação cardíaca detalhada. Durante e após a quimioterapia, o monitoramento regular da função cardíaca, através de exames como ecocardiogramas ou medidas de biomarcadores cardíacos, é essencial para detectar precocemente quaisquer sinais de dano cardíaco e permitir intervenções oportunas.
Apesar dos riscos, é importante destacar que a cardiotoxicidade não significa que todos os pacientes que recebem quimioterapia desenvolverão problemas cardíacos. A decisão de usar quimioterapia envolve uma avaliação cuidadosa dos benefícios do tratamento em comparação com os potenciais riscos. Em muitos casos, os benefícios superam os riscos, especialmente quando a quimioterapia é essencial para tratar cânceres agressivos ou avançados. Além disso, avanços na medicina, como a utilização de medicamentos cardioprotetores e a personalização dos tratamentos, têm ajudado a reduzir a incidência de cardiotoxicidade. Portanto, a quimioterapia continua sendo uma ferramenta vital no tratamento do câncer, com um impacto positivo significativo na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes.
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